quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Tamanho nosso de cada grife

Artigo da revista Claudia de janeiro/2012 (No 1 ano 51): http://claudia.abril.com.br/materia/as-diferencas-nos-tamanhos-das-roupas-que-compramos/?p=/moda/tendencias

As diferenças nos tamanhos das roupas que compramos

Nossa assistente de moda, Mirela Malaman, fez um teste: provou a mesma numeração de roupa em várias lojas e descobriu que seu manequim pode ser 34, 36, 38...
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Sem um padrão nacional de medidas, a mesma numeração de roupa varia muito(Fotos: roupas coloridas, Adrian Dennis/AFP; românticas, Sam Yeh/AFP)
Na era do e-commerce, comprar uma roupa sem provar ainda é uma loteria no Brasil. Nossas grifes não seguem um padrão nacional de medidas – aliás, nem sequer existe um estudo antropométrico oficial, isto é, que leve em conta as medidas básicas das brasileiras. Para ter uma ideia do tamanho da encrenca, fiz um teste: estive em quatro lojas diferentes provando a mesma peça, o short jeans, hit do verão. Minha numeração é (teoricamente) 36.
Na primeira, uma loja de departamentos, entrei no provador com cinco peças. Três serviram, uma ficou grande e a última, pequena – precisei do 38. Depois tentei uma marca juvenil. De sete modelos 36, um caiu feito uma luva e dois demandariam ajustes. Os demais estavam bem folgados. Em um terceiro endereço, voltado para o público mais maduro, o menor que encontrei foi o 38, em que caberiam uma Mirela e meia. Insatisfeita, recorri a uma multimarcas que só comercializa jeans. Os importados deram certo, mas teriam de ser ajustados na cintura, correndo o risco de depois empacarem nos quadris. Dos nacionais, os tamanhos 34, 36 e 38 (!) couberam.
A boa notícia é que está no forno uma padronização coordenada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em parceria com várias entidades de classe ligadas à moda. A ideia é que a gente consiga identificar o vestuário certo pelas medidas do corpo. Das marcas que aderirem ao padrão, que não será obrigatório, poderemos comprar uma blusa, por exemplo, observando na etiqueta a faixa de medida de busto e costas. Segundo Sylvio Napoli, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), a norma já foi oficializada para o vestuário infantil, segue adiantada para implantação no segmento masculino e mais tarde valerá para o feminino.
Enquanto a prática não se consolida, a marca Levi’s se adiantou e passou a classificar suas peças de acordo com uma pesquisa que consumiu um ano e meio e avaliou mais de 60 mil silhuetas femininas em 18 países, inclusive o Brasil. Quem fica na dúvida sobre a categoria em que se encaixa pode fazer um teste pelo site levi.com.br/brasil/dfr_quiz.aspx. Basta assinalar as formas mais parecidas com as suas e indicar os problemas que enfrenta na hora de vestir um jeans comum, e então o programa informa qual modelo da grife você deve buscar.
Já representa um começo, mas ainda passaremos por provações em frente ao espelho antes que seja criado um sistema sob medida para as curvas da brasileira. Até lá, quando perguntarem a sua numeração, o jeito vai ser responder: quem é que sabe, não é mesmo?
 

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